31 dezembro 2009

Notas de Imprensa

Radiações em exames médicos sem fiscalização

Radiações perigosas
Estudo alerta para riscos com mamografias

Mesmo as doses adequadas de radiação emitidas pelas mamografias ou por raios-X ao peito podem aumentar o risco de cancro da mama em mulheres jovens com histórico familiar da doença ou susceptibilidade genética para desenvolvê-la, concluiu este mês uma equipa de investigadores holandeses do Centro Médico da Universidade de Groningen.
Os investigadores sugerem que mulheres com menos de 30 anos, com risco alto de cancro da mama, deverão ponderar a substituição das mamografias por exames alternativos, como a ressonância magnética, que não envolve exposição a radiações, afirma Marijke Jansen-van der Weide, um das autoras do estudo, citada pela Reuters.
No mês passado, uma comissão de aconselhamento federal norte-americana (a U.S. Preventive Services Task Force) recomendou o adiamento das mamografias de rotina para a partir dos 50 anos, e não a partir dos 40, como é actualmente aconselhado. Um dos argumentos usados era o facto de as mamografias produzirem dez por cento de falsos positivos. C.G.
"Maioria dos médicos não tem noção das doses"
TAC é um dos exames prescritos vezes demais
É sempre preciso medir o custo-benefício de um determinado exame de diagnóstico usando radiação, nota a coordenadora da Divisão de Física Médica da Sociedade Portuguesa de Física, Maria do Carmo Lopes. "A maioria dos médicos não tem a noção das doses de radiação associadas a cada tipo de exame", diz. Um exemplo é a TAC, que usa uma dose maior do que uma mamografia ou um raio-X convencional. "A TAC, às vezes, é prescrita vezes demais" e "tem potencial para exceder doses de radiação recomendada", critica. No Instituto Português de Oncologia de Coimbra, onde é directora do Serviço de Física Médica (um dos dois existentes no país), foram pioneiros na medição desses valores, que estão abaixo dos níveis de referência europeus e estão disponíveis para consulta.
Fazem-se TAC (Tomografia Axial Computorizada) ao coração, ao abdómen, ao tórax, à cabeça, à pélvis, ao intestino, aos pulmões, para detectar tromboses, tumores, fracturas. Maria do Carmo Lopes nota que "os médicos tendem a pedir, por vezes, exames com uma extensão anatómica maior do que a necessária". O uso de TAC em crianças é também problemático, "por terem uma massa corporal mais pequena e serem mais sensíveis à radiação". C.G.
in Público
Um pouco de exagero mas é sempre bom para chamar à atenção.